A actividade turística, da forma como tem sido desenvolvida, tem-se revelado profundamente devastadora para as comunidades dos países receptores, suas culturas e tradições, e para o meio ambiente. Além disso, tem ajudado a aprofundar as desigualdades socioeconómicas entre os países do Norte (mais ricos) e os do Sul do planeta, já que os lucros gerados em quase nada beneficiam as comunidades locais.
O Turismo é um produto com características únicas, pois quando o consumidor adquire uma viagem não está a comprar algo fisicamente palpável. Na verdade, está a comprar sonhos e ilusões.
Aí incide parte da estratégia da maioria dos operadores turísticos cuja preocupação é proporcionar o paraíso aos clientes, sem qualquer rigor na informação ou aprofundamento das questões referentes aos aspectos sociais, políticos e culturais.
Indo mais além, no actual cenário económico mundial o Turismo possui as seguintes características:
- É o sector de mais rápido crescimento da economia mundial. Portanto, os países subdesenvolvidos tentam atrair investimentos estrangeiros sem qualquer critério, considerando que o seu potencial pode gerar milhões de dólares com relativa facilidade
- Dominado pelas grandes empresas transnacionais;
- Pacotes "tudo incluído" pagos na origem;
- Quando utiliza mão-de-obra local, pratica uma política de baixos salários sem garantir um mínimo de estabilidade;
- Mercado extremamente competitivo, onde os factores preço, criação de ilusões (promessa de lugares de sonho, exotismo, etc.), são tidos em conta em detrimento de outros aspectos que exigiriam um trabalho mais aprofundado de pesquisa e informação ao consumidor de viagens;
- Fortes campanhas de "marketing" promovidas por estes grandes grupos, dirigidas somente ao bem-estar do turista, provocando:- Fraca consciencialização do turista para os problemas sociais, ambientais, políticos e económicos enfrentados pelas populações que os recebem;- Perda das identidades culturais locais através da criação de estereótipos adequados a um ou mais mercados emissores.
- O já referido consumo de culturas exóticas, praias paradisíacas e hotéis de luxo é altamente direccionado para os países do 3º mundo - América Latina, Ásia e África, cuja fragilidade da legislação potencializa o benefício unilateral das transnacionais.
Além disso, o Turismo é parte integrante dos programas de ajuste estrutural impostos pelo FMI e Banco Mundial, classificando-o numa estratégia de exportação como condição para realizar empréstimos.
Nesta lógica, os governos dos países devedores endividam-se para cumprir os seus compromissos mediante enormes investimentos em infra-estruturas turísticas como estradas, hotéis e outros. Os investimentos públicos nesta área somam mais de 800.000 milhões de dólares por ano em todo o mundo, equivalentes a 12% de todo o investimento mundial.
Paralelamente às condições impostas pelo FMI e Banco Mundial a OMC (Organização Mundial do Comércio) tomou outras medidas para liberalizar a economia mundial através do Acordo Geral sobre Comércio e Serviços que inclui as seguintes práticas:
- Facilita o investimento de empresas transnacionais na indústria turística dos países em desenvolvimento;
- Considera uma prática desleal de comércio a protecção das empresas nacionais e proporciona às transnacionais os mesmos benefícios destinados às pequenas empresas locais.
Outro tratado internacional que integra a indústria turística na economia global é o Acordo Sobre Medidas de Investimento Relacionadas com o Comércio, que elimina a exigência das empresas estrangeiras utilizarem matéria-prima dos países que as acolhe.
Mesmo do ponto de vista estritamente económico, à medida que estes acordos se vão implementando, nota-se que as remessas dos lucros efectuadas pelas empresas estrangeiras para os países de origem tendem a ser maiores que a entrada de capitais. Isto leva a questionar seriamente a afirmação que a globalização e liberalização do turismo produz riqueza, progresso social e preserva o ambiente.
Isto leva-nos a concluir que os poucos benefícios que as comunidades dos países receptores do 3º mundo têm com este tipo de desenvolvimento turístico são superados pelos danos causados. Sofrem com a imposição de uma indústria sobre a qual não têm controlo ou direito a opinar.
Embora uma mudança profunda possa somente ocorrer a partir de uma alteração radical, que leve a uma maior equidade nas relações comerciais entre os países do Norte e do Sul do planeta, podemos, felizmente, apontar para a criação e valorização de experiências que actualmente são uma realidade no mundo.
A alternativa ao modelo actual de relações comerciais praticado pela indústria turística emerge a partir da base estabelecida nos princípios do Comércio Justo - o TURISMO ÉTICO, RESPONSÁVEL E SOLIDÁRIO!
O Turismo é um produto com características únicas, pois quando o consumidor adquire uma viagem não está a comprar algo fisicamente palpável. Na verdade, está a comprar sonhos e ilusões.
Aí incide parte da estratégia da maioria dos operadores turísticos cuja preocupação é proporcionar o paraíso aos clientes, sem qualquer rigor na informação ou aprofundamento das questões referentes aos aspectos sociais, políticos e culturais.
Indo mais além, no actual cenário económico mundial o Turismo possui as seguintes características:
- É o sector de mais rápido crescimento da economia mundial. Portanto, os países subdesenvolvidos tentam atrair investimentos estrangeiros sem qualquer critério, considerando que o seu potencial pode gerar milhões de dólares com relativa facilidade
- Dominado pelas grandes empresas transnacionais;
- Pacotes "tudo incluído" pagos na origem;
- Quando utiliza mão-de-obra local, pratica uma política de baixos salários sem garantir um mínimo de estabilidade;
- Mercado extremamente competitivo, onde os factores preço, criação de ilusões (promessa de lugares de sonho, exotismo, etc.), são tidos em conta em detrimento de outros aspectos que exigiriam um trabalho mais aprofundado de pesquisa e informação ao consumidor de viagens;
- Fortes campanhas de "marketing" promovidas por estes grandes grupos, dirigidas somente ao bem-estar do turista, provocando:- Fraca consciencialização do turista para os problemas sociais, ambientais, políticos e económicos enfrentados pelas populações que os recebem;- Perda das identidades culturais locais através da criação de estereótipos adequados a um ou mais mercados emissores.
- O já referido consumo de culturas exóticas, praias paradisíacas e hotéis de luxo é altamente direccionado para os países do 3º mundo - América Latina, Ásia e África, cuja fragilidade da legislação potencializa o benefício unilateral das transnacionais.
Além disso, o Turismo é parte integrante dos programas de ajuste estrutural impostos pelo FMI e Banco Mundial, classificando-o numa estratégia de exportação como condição para realizar empréstimos.
Nesta lógica, os governos dos países devedores endividam-se para cumprir os seus compromissos mediante enormes investimentos em infra-estruturas turísticas como estradas, hotéis e outros. Os investimentos públicos nesta área somam mais de 800.000 milhões de dólares por ano em todo o mundo, equivalentes a 12% de todo o investimento mundial.
Paralelamente às condições impostas pelo FMI e Banco Mundial a OMC (Organização Mundial do Comércio) tomou outras medidas para liberalizar a economia mundial através do Acordo Geral sobre Comércio e Serviços que inclui as seguintes práticas:
- Facilita o investimento de empresas transnacionais na indústria turística dos países em desenvolvimento;
- Considera uma prática desleal de comércio a protecção das empresas nacionais e proporciona às transnacionais os mesmos benefícios destinados às pequenas empresas locais.
Outro tratado internacional que integra a indústria turística na economia global é o Acordo Sobre Medidas de Investimento Relacionadas com o Comércio, que elimina a exigência das empresas estrangeiras utilizarem matéria-prima dos países que as acolhe.
Mesmo do ponto de vista estritamente económico, à medida que estes acordos se vão implementando, nota-se que as remessas dos lucros efectuadas pelas empresas estrangeiras para os países de origem tendem a ser maiores que a entrada de capitais. Isto leva a questionar seriamente a afirmação que a globalização e liberalização do turismo produz riqueza, progresso social e preserva o ambiente.
Isto leva-nos a concluir que os poucos benefícios que as comunidades dos países receptores do 3º mundo têm com este tipo de desenvolvimento turístico são superados pelos danos causados. Sofrem com a imposição de uma indústria sobre a qual não têm controlo ou direito a opinar.
Embora uma mudança profunda possa somente ocorrer a partir de uma alteração radical, que leve a uma maior equidade nas relações comerciais entre os países do Norte e do Sul do planeta, podemos, felizmente, apontar para a criação e valorização de experiências que actualmente são uma realidade no mundo.
A alternativa ao modelo actual de relações comerciais praticado pela indústria turística emerge a partir da base estabelecida nos princípios do Comércio Justo - o TURISMO ÉTICO, RESPONSÁVEL E SOLIDÁRIO!
Sem comentários:
Enviar um comentário