sábado, 21 de junho de 2008

Apropriação versus Preservação do património genético na agricultura / alimentação

Publicações:

"The threatened gene: food, politics, and the loss of genetic diversity", Cary Fowler and Pat Mooney, 1991.
http://www.etcgroup.org/upload/publication/pdf_file/572

"Saving the seed: genetic diversity and european agriculture", by Rennée Vellvé, GRAIN, 1992, Earthscan.
http//www.powells.com/biblio/62-9781853831508-0

"Lost crops of Africa: volume I: Grains", Noel Vietmeyer, 1996, National Academic Press.
http://www.nap.edu/openbook.php?isbn=0309049903

"Seed Savers' Handbook", Michel and Jude Fanton, 1993.
http://www.echobooks.org/

"Ten reasons why biotechnology will not ensure food security, protect the environment and reduce poverty in the developing world", Miguel A. Altieri, Univ. California, Berkeley and Peter Rosset, Food First/ Institute for Food and Developing Policy.
http://www.foodfirst.org/progs/global/biotech/altieri-11-99.html

"Why Biotech Patents Are Patently Absurd- Scientific Briefing on TRIPs and Related Issues", Mae-Wan Ho, Institute for Science in Society.
http://www.i-sis.org/trips99.shtml


Organizações / locais:

RAFI, Rural Advanced Foundation International
http://www.rafi.org

GRAIN, Genetic Resources Action International
http://www.grain.org/

Seed Savers' Network
http://www.seedsavers.net/

NS/S, NativeSeeds/Search
http://nativeseeds.org/

Food First
http://www.foodfirst.org

GMWatch
http://www.gmwatch.org/

UK Agricultural Biodiversity Coalition
http://ukabc.org

The Research Foundation for Science, Technology and Ecology (India) founded by Dr. Vandana Shiva in 1982.
http://www.navdanya.org

quarta-feira, 4 de junho de 2008

Campos de colza contaminados com OGM proibidos

"Quinze parcelas de colza da sociedade Bayer Crop Science foram contaminadas na Bélgica por organismos geneticamente modificados (OGM) não autorizados na Europa, anunciou hoje o Ministério belga da Saúde Pública. "Esta contaminação é inadmissível", insurgiu-se hoje à noite o ministro valão da Agricultura e do Ambiente, Benoît Lutgen, num comunicado. "Trata-se de uma nova prova do carácter incontrolável das culturas dos OGM e da sua colocação no mercado", acrescentou Lutgen.

O ministro valão - a agricultura é regionalizada na Bélgica - anunciou que tencionava " utilizar todas as vias possíveis para exigir medidas compensatórias por parte da Bayer e fazer aplicar estritamente o princípio ´poluidor-pagador´".
A sociedade Bayer, especializada nomeadamente na melhoria das culturas, informou as autoridades belgas desta contaminação, que ocorreu durante a realização a 06 de Maio de uma sementeira de colza convencional, segundo um comunicado do Ministério.
"O lote de sementes convencionais foi contaminado por cinco por cento de colza OGM", precisa o texto. Um inquérito provisório feito pela multinacional indica que esta contaminação tem por origem um "erro humano".

Os campos onde a Bayer Crop Science fez os ensaios em questão estão situados em quatro instalações da Valónia (Sul da Bélgica) e na Flandres (Norte). Quinze mini-parcelas foram semeadas com o lote contaminado. A sociedade tomou "diversas medidas para impedir a disseminação das OGM não autorizadas", como o arranque e a destruição das jovens plantas. Segundo o comunicado, as plantas permaneciam no estado vegetativo na altura em que foram destruídas e por isso não tiveram tempo de florescer nem de produzir grãos. As parcelas ficarão agora sob controlo durante vários anos. O Ministério vai informar a Comissão Europeia e os outros Estados membros da situação e das medidas tomadas."

Fonte: Expresso/Lusa
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terça-feira, 3 de junho de 2008

TURISMO ÉTICO E SOLIDÁRIO

Clique na imagem acima e veja o vídeo de Turismo Ético na Amazónia

A actividade turística, da forma como tem sido desenvolvida, tem-se revelado profundamente devastadora para as comunidades dos países receptores, suas culturas e tradições, e para o meio ambiente. Além disso, tem ajudado a aprofundar as desigualdades socioeconómicas entre os países do Norte (mais ricos) e os do Sul do planeta, já que os lucros gerados em quase nada beneficiam as comunidades locais.

O Turismo é um produto com características únicas, pois quando o consumidor adquire uma viagem não está a comprar algo fisicamente palpável. Na verdade, está a comprar sonhos e ilusões.
Aí incide parte da estratégia da maioria dos operadores turísticos cuja preocupação é proporcionar o paraíso aos clientes, sem qualquer rigor na informação ou aprofundamento das questões referentes aos aspectos sociais, políticos e culturais.

Indo mais além, no actual cenário económico mundial o Turismo possui as seguintes características:
- É o sector de mais rápido crescimento da economia mundial. Portanto, os países subdesenvolvidos tentam atrair investimentos estrangeiros sem qualquer critério, considerando que o seu potencial pode gerar milhões de dólares com relativa facilidade
- Dominado pelas grandes empresas transnacionais;
- Pacotes "tudo incluído" pagos na origem;
- Quando utiliza mão-de-obra local, pratica uma política de baixos salários sem garantir um mínimo de estabilidade;
- Mercado extremamente competitivo, onde os factores preço, criação de ilusões (promessa de lugares de sonho, exotismo, etc.), são tidos em conta em detrimento de outros aspectos que exigiriam um trabalho mais aprofundado de pesquisa e informação ao consumidor de viagens;
- Fortes campanhas de "marketing" promovidas por estes grandes grupos, dirigidas somente ao bem-estar do turista, provocando:- Fraca consciencialização do turista para os problemas sociais, ambientais, políticos e económicos enfrentados pelas populações que os recebem;- Perda das identidades culturais locais através da criação de estereótipos adequados a um ou mais mercados emissores.
- O já referido consumo de culturas exóticas, praias paradisíacas e hotéis de luxo é altamente direccionado para os países do 3º mundo - América Latina, Ásia e África, cuja fragilidade da legislação potencializa o benefício unilateral das transnacionais.

Além disso, o Turismo é parte integrante dos programas de ajuste estrutural impostos pelo FMI e Banco Mundial, classificando-o numa estratégia de exportação como condição para realizar empréstimos.

Nesta lógica, os governos dos países devedores endividam-se para cumprir os seus compromissos mediante enormes investimentos em infra-estruturas turísticas como estradas, hotéis e outros. Os investimentos públicos nesta área somam mais de 800.000 milhões de dólares por ano em todo o mundo, equivalentes a 12% de todo o investimento mundial.
Paralelamente às condições impostas pelo FMI e Banco Mundial a OMC (Organização Mundial do Comércio) tomou outras medidas para liberalizar a economia mundial através do Acordo Geral sobre Comércio e Serviços que inclui as seguintes práticas:
- Facilita o investimento de empresas transnacionais na indústria turística dos países em desenvolvimento;
- Considera uma prática desleal de comércio a protecção das empresas nacionais e proporciona às transnacionais os mesmos benefícios destinados às pequenas empresas locais.

Outro tratado internacional que integra a indústria turística na economia global é o Acordo Sobre Medidas de Investimento Relacionadas com o Comércio, que elimina a exigência das empresas estrangeiras utilizarem matéria-prima dos países que as acolhe.
Mesmo do ponto de vista estritamente económico, à medida que estes acordos se vão implementando, nota-se que as remessas dos lucros efectuadas pelas empresas estrangeiras para os países de origem tendem a ser maiores que a entrada de capitais. Isto leva a questionar seriamente a afirmação que a globalização e liberalização do turismo produz riqueza, progresso social e preserva o ambiente.

Isto leva-nos a concluir que os poucos benefícios que as comunidades dos países receptores do 3º mundo têm com este tipo de desenvolvimento turístico são superados pelos danos causados. Sofrem com a imposição de uma indústria sobre a qual não têm controlo ou direito a opinar.
Embora uma mudança profunda possa somente ocorrer a partir de uma alteração radical, que leve a uma maior equidade nas relações comerciais entre os países do Norte e do Sul do planeta, podemos, felizmente, apontar para a criação e valorização de experiências que actualmente são uma realidade no mundo.

A alternativa ao modelo actual de relações comerciais praticado pela indústria turística emerge a partir da base estabelecida nos princípios do Comércio Justo - o TURISMO ÉTICO, RESPONSÁVEL E SOLIDÁRIO!